De acordo com relato de Sir Walter Raleigh, no século XVI a ilha era também chamada de Marinatambal pelos indígenas.
Por centenas, ou provavelmente, milhares de anos, a Ilha foi habitada por diversas etinias indígenas tais como os Anajás e os Aruãs entre outras. Todos conhecidos como Nheengaíbas.
Durante o período colonial do Brasil, o Arquipélago Marajoara foi o centro da disputa territorial entre os portugueses alidos aos Tupinambás; e os holandeses e ingleses aliados aos Nheengaíbas.
Evitando cair nas mãos dos portugueses, que os queriam fazer escravos, os índios do Marajó impuseram heróica resistência, até que em 27 agosto de 1659 , tendo o representante tuxaua Piié (cacique dos Mapuá) à frente da federação das sete nações Nheengaíbas; e o grande Jesuita e diplomata português payaçu Antônio Vieira,
delegado da Coroa para assuntos indígenas, representando o Império Lusitano, como informa o historiador Serafim Leite, na "História da Companhia de Jesus no Brasil", selaram os termos de Paz.
Do ponto de vista histórico simplesmente impressionante, se deu no Rio Mapuá, no lugar que é hoje a comunidade de São Sebastião, dentro da Reserva Extrativista do Mapuá. Este fato, mudou o mapa do Brasil, permitindo ao Império Lusitano ampliar os limites do Tratado de Tordesilhas até o que é hoje o Estado do Amapá.
É certo, que antes de 1659 bravos arqueiros e remadores tupinambás ultrapassaram as Ilhas para ir ao alto Amazonas em busca da concretude do mito da
"Terra sem males".
Debaixo da panacarica, sem saber nada da demanda dos profetas caraíbas; soldados portugueses de façanha; inclusive o capitão Pedro Teixeira em viagem de Belém a Quito (1637-1639) levando uma flotilha de canoas movidas a 1200 remos tupinambás.
Mas, os portugueses e seus aliados não podiam se estabelecer nas ilhas e tampouco atravessar o Rio Pará sem comboios armados.
Nos Furos de Breves, canoas de drogas do sertão eram fundeadas, tendo suas cargas perdidas e seus escravos pilhados para venda a inimigos dos portugueses nas Guianas. A guerrilha dos Anajás, Aruãs e outras etnias "nheengaíbas" continuavam a luta hereditária contra antropófagos tupinambás e resistiu aos portugueses durante 43 longos anos, desde o levantamento do Forte do Presépio.
Depois, o tribunal do Santo Ofício processou e condenou ao cárcere o Padre Vieira por "heresia judaizante", e seus protegidos, os "Nheengaíbas" foram deserdados da garantia do Rei dada ao Padre com promessa de liberdade e respeito a usos e costumes, para afinal expropriar a "Ilha dos Nheengaíbas" transformada em assim "Ilha Grande de Joanes" doada ao secretário de estado Antônio de Sousa de Macedo, patriarca dos barões de Joanes e sesmeiros.
Em 1759 deu-se a expulsão dos Jesuítas, determinando extinção de muitas tribos e conversão de índios em caboclos.
Assim como aldeias indígenas foram "elevadas" por decreto em Lugares e Vilas de nomes portugueses; tapuios (índios catequizados) passaram a figurar como civilizados, quando não mesmo portugueses...
A escassez de interesse acadêmico sobre esses fatos, nos quais os índios são os protagonistas da história do Brasil, da Amazônia e em especial do Marajó, evidenciam um atual estado colonial na mentalidade histórica tanto da região como de todo o Brasil.
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